sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

BEJA - Outras Pistas!

Para além da pista da base de Beja, existem outras bem mais interessantes e atractivas para os amantes da natureza e do Todo-o-Terreno.

Foi no passado dia 23 de Fevereiro, que se realizou o 1.º Passeio Todo-o-Terreno de Beja, organizado pela TTBaventura.



Foi com muito gozo que o "Team Mesclacar" esteve presente com os seus Lands, sempre prontos para tudo!



A "Máquina de Guerra" sempre a bombar!



O percurso do passeio brindou-nos constantemente com os pormenores da beleza natural do nosso mágnífico Alentejo.



As chuvas constantes dos dias anteriores mostraram bem os seus efeitos no terreno!




O Land familiar sempre na liderança!



Um Defender "camuflado", totalmente embrenhado no arvoredo!


O Range melhor equipado do passeio!

Entre a longa lista de opcionais, contava-se, um paio de primeiríssima qualidade, um excelente queijo característico da região do proprietário, e ainda uma "àgua benta" de graduação incalculável, capaz de aumentar grandemente a potencia de qualquer veículo todo-o-terreno!

Obrigado Luís!


Os Lands, desde a sua origem sempre tiveram vocação para "lavrar"!



Ao elenco dos Santos Padroeiros do Todo-o-Terreno, pertence de certeza o S.Pedro, pois apesar das chuvadas constantes dos últimos dias, a chuva só apareceu já no final perto do almoço (15.40)!

...Muito gostam os "crescidos" de brincadeiras na lama!


O Almoço decorreu num simpático restaurante evocativo das tradições rurais do Alentejo, bem amesado, com entradas e repasto típicos da região, presenteando-nos igualmente com uma extraordinária vista dos campos e represa circundantes.

Parabéns à Organização!

Vasco Martins dos Santos

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Shorland - A Máquina de Guerra

Não, não é o novo modelo da Land Rover para o Dakar de 2009.

Famoso na Irlanda, o Shorland não é um modelo muito conhecido do grande público português, mas também andou por terras lusas. Aparecendo fugazmente, na maior parte dos casos, a sua simples presença tinha a capacidade de acalmar os ânimos mais exaltados, evitando recorrer ao uso da força.

Designado "Shorland Armoured Patrol Car", foi concebido no início dos anos 60 por um oficial da Polícia chamado Ernie Lusty, tendo sido fabricado pela "Short Brothers and Harland" em Belfast, na Irlanda do Norte. para dotar o "Royal Ulster Constabulary", de uma ferramenta eficaz para patrulhar a fronteira da Répública da Irlanda e combater o contrabando, tendo entrado em serviço no ano de 1965.


A foto apresenta o primeiro protótipo fabricado pelos irmãos Shorts.

Construidos sobre o chassis do Land Rover Série II, donde decorre o nome Shorland, com que o modelo fo baptizado, e que resulta da união de Shorts com Land. As primeiras unidades entregues ao "Royal Ulster Constabulary" foram fabricadas pelos Short nos Estaleiros Navais de Belfast e por isso mesmo exibiam uma pintura cinzento "navio de guerra".



Várias foram as versões que se seguiram: o Mark 1 e o Mark 2 com base Series II A 109", o Mark 3 com base SB 301 Séries III 109", o Mark 4 com base SB401 Stage 1 V8.


Para um veículo com estas caracteristicas, a militarização foi uma consequência natural, e se a versão original utilizava a base civil do Series II 109", as versões posteriores já utilizavam veículos de especificação militar. No tejadilho foi montada uma torre tipo Ferret com capacidade para abrigar uma metralhadora.

Depois de intensa utilização em Belfast nos anos 60 e 70, foram repintados de côr verde "militar" e atribuidos ao "Ulster Defence Regimenent".

A versão original tornou-se conhecida não só pela sua torre Ferret, mas também pela cauda tipo barco ("boat tail"), no entanto esta configuração era algo limitadora pois restringia a sua tripulação a três pessoas: o condutor, o observador e o artilheiro.



Em termos operacionais, trata-se de um veículo ligeiro, rápido, com excelentes capacidades de todo-o-terreno, que possibilitam a sua utilização em missões de reconhecimento, sendo suficientemente versátil para a instalação de armamento diverso. Quando dotada de lança-granadas, torna-se muito eficaz para missões de ordem pública.




Actualmente versões melhoradas, com blindagem mais resistente, utilizando já o modelo 110 como base, dotadas suspensão de molas helicoidais, e com plataformas de armas tão avançadas como os actuais lança-mísseis, mantém-se em estado de prontidão em teatros de operações em diversas partes do globo.



No entanto, devido à limitação da configuração original e à imagem demasiado bélica da torre Ferret dotada de Metralhadora e/ou lança granadas, considerada pouco apropriada para o patrulhamento policial urbano, mesmo em situações que exigem uma intervenção mais musculada, foram desenvolvidas novas versões.





As versões mais recentes utilizam como base o chassis 110", com motorização V8 a gasolina, tem uma blindagem reforçada com paineis de aço duplos, e tejadilho reforçado, para maior protecção contra engenhos explosivos arremessados dos prédios.




Entretanto a "Royal Ulster Constabulary", actual "Police Service of Northern Ireland", aproveitando o conhecimento e experiência de Ernie Lusty, começou a conceber e a aperfeiçoar os seus próprios veículos, sendo o mais recente conhecido como "Tangi", abandonando definitivamente o cinzento e utilizando cores mais "civilizadas": branco, com listas azuis e amarelas.



Quando era miudo lembro-me perfeitamente de assistir fascinado à passagem de pequenas colunas de Shorland da GNR a atravessarem o Campo Santana, rumo a Sta. Barbara. Há poucos anos atrás tive oportunidade de apreciar um exemplar no stand da GNR na Segurex. É frequente encontrar estes carros em eventos em que participe a GNR.



A empresa Portuguesa BRAVIA, SARL. fabricante do famoso Chaimite, produziu um veículo muito semelhante, utilizando igualmente um chassi Séries II A. Trata-se do denominado Bravia Commando MK III, construido em Portugal, na fábrica de Porto Alto. Embora certas fontes indicassem que este modelo teria estado ao serviço da GNR e de algumas unidades do Exército, tal não é verdade, sendo hoje ponto assente, que o veículo adoptado e utilizado pela Guarda durante muitos anos terá sido o Shorland, sendo que o modelo português apenas terá sido comercializado para dois países Africanos não identificados, desconhecendo-se datas e quantidades.

Nos números 1/2005 e 2/2005 da Revista da Guarda, pode-se ler :
Citação:
Assim, decorria em ritmo acelerado, sobretudo depois do 16MAR74, o processo de aquisição de carros de patrulha blindados “Shorland, Mark III”. Foi recebido um em 13MAR74 e mais dois em 09ABR74. Os restantes 35 foram entregues ao 2.º Esquadrão do RC/GNR, em 12MAR75(...).
Citação:
(...) o processo de aquisição das viaturas blindadas “Shorland” (destinadas a substituir as auto-metralhadoras “Berliet 6x6 WWB4”, que datavam dos finais dos anos 30 e as auto-metralhadoras “Humber MK IV”, que datavam do início dos anos 50) apenas carece das seguintes correcções: foram adquiridas na Irlanda do Norte, 38 e não 55 viaturas blindadas e o custo unitário foi de 1.309.524$00 e não os mil contos referenciados. Estas viaturas tomaram parte, logo a seguir ao 25 de Abril, em diversas acções da Guarda, em todo o território nacional, com destaque no envolvimento na apelidada “Reforma Agrária”, obtendo pela sua acção ou somente pela presença, importante papel na manutenção/restabelecimento da ordem pública.


Patch da GNR

Os Shorland encontram-se em serviço em mais de 40 países, incluindo Argentina, Bahrein, Botswana, Brunei, Burundi, Chipre, Guiana, Quénia, Lesoto, Líbia, Malásia, Mali, Síria, Tailandia, Emirados Arabes Unidos.

Vasco Martins dos Santos

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Série Para Todo o Serviço


Encontrei este fantástico SANTANA Série IV, à saída de Chefchaouen em Marrocos.

Se olharem com atenção poderão perceber a silhueta das cabeças das 3 cabras que se encontravam na traseira do carro.

Como se vê estes carros, em Àfrica são "pau para toda a obra", e duram, duram...


VMS


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

2006 - O Meu Dakar.

No momento em que a ASO, já decidiu transferir o Dakar para a América do Sul, abandonando definitivamente terras Africanas, é com saudade que recordo o "meu" Dakar.

É com grande tristeza que reconheço que o Dakar tal como foi concebido e o conhecemos, acabou! O terrorismo venceu!

Foi ainda em 2005. A ideia era passar o reveillon no deserto, mas alguns de nós (eu) tinham a secreta esperança de poder vislumbrar o maior Rallye do mundo.


E lá partimos numa noite fria de Dezembro da estação de serviço do aeroporto de Lisboa, rumo a Marrocos, via Tarifa, montados em três coisas japonesas e dois experientes Defender 110.

Ultrapassado o Atlas, chegámos ao Erg Chibi, onde tomámos o primeiro gostinho das dunas e festejámos a passagem de ano.



Assistir ao pôr do sol no deserto é sempre uma experiência memorável.


As primeiras brincadeiras nas dunas.


O que estará do outro lado?
Será cassé?



Trabalho de equipa: indicações precisas fruto do saber de experiência feito!


Prego a fundo! Os Defenders foram feitos para isto!



...Por perigos e guerras esforçados...

...Mais do que permitia a força humana...

Só um Defender é digno de puxar outro Defender!


De novo a rolar em plena liberdade! Sem semáforos, sinais de trânsito, multas de excesso de velocidade - a liberdade total dos grandes espaços!


As enigmáticas gentes do deserto...



A alegria inocente das crianças do Sul que a todos cativou e comoveu...
Viver feliz, com tão pouco!

Pormenor de Marrakesh.


Quando menos se esperava, e já tínhamos desisitido de ver o rallye passar...
As primeiras motas... E nós ali!


Uma bandeira portuguesa no meio do deserto, para saudar o nosso Carlos Sousa.



...Passou num ritmo alucinante, imperturbável, concentrado na condução!


Estávamos no meio daquilo, parecia que fazíamos parte do Rallye

...E segue, segue, segue, não vira para lado nenhum, segue, segue...
Acreditem ou não, mas aconteceu: estávamos de tal forma no meio do Rallye que houve alguns motards perdidos que nos pediram indicações!!! Por sorte o momento ficou registado.


Circulávamos mesmo no meio do Rallye! Os concorrentes ultrapassavam-nos por todos os lados e nós fotografávamos!


Inesquecível o chá no deserto, servido com todo o charme do Aziz.


O descanso da máquina, com uma merecida sopradela nos filtros em Zagora.



Paisagens esmagadoras emolduravam permanentemente os nossos 110, que pareciam pertencer àquele cenário.



Ficaram memórias inesquecíveis...

Adeus Dakar! Até sempre!
Vasco Martins dos Santos